terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Uma Dose a Mais


Desenho de Tiago Vieira.

Nenhum papel nessa tragédia...
A vida é um drama, todo mundo sabe.
Mas quem inventou essa comédia
ria da vida e pedia
sempre uma dose a mais....

Assim como o frio queima,
o calor às vezes mente demais...
E nossos corpos ardentes teimam,
e como teimam
necessitam de uma dose a mais.

Sempre uma dose a mais.

A luz no teto,
o som da música...
Nessa dança tudo se debate.
E uma alegria tão confusa
me invadia de repente...
Sempre com uma dose a mais.
Lobão

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Time


Ticking away the moments that make up a dull day
you fritter and waste the hours in an off hand way.
Kicking around on a piece of ground in your home town,
waiting for someone or something to show you the way...

Tired of lying in the sunshine staying home to watch the rain,
you are young and life is long and there is time to kill today...
And then one day you find ten years have got behind you...
No one told you when to run, you missed the starting gun.

And you run and you run to catch up with the sun, but it's sinking...
And racing around to come up behind you again.
The sun is the same in a relative way, but you're older.
Shorter of breath and one day closer to death

Every year is getting shorter, never seem to find the time...
Pink Floyd

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Interesse

O ônibus não estava cheio... Todos os passageiros estavam sentados e havia lugares vazios.

O silêncio é interrompido bruscamente por um choro alto, um grito.
Instintivamente, todos se viram procurando a pessoa que gritou. Deparam-se com uma criança, uma menina de 6 ou 7 anos que entrava no ônibus com uma mulher, possivelmente sua mãe.

Todos entendem e voltam sua atenção para o nada que estava anteriormente instalado.

A menina entra correndo e sobe logo num banco da janela, chorando muito alto e olhando para alguém do lado de fora.

-Vem aqui, !

A senhora do lado de fora sorri docemente e encosta-se ao ônibus ainda parado, pronto para partir. Ela toca na mãozinha da pequena que continua a chorar. A despedida é emocionante.

-Me dá dois reais!

O ônibus segue e a senhora acena para a menina, rindo da atitude surpreendentemente interesseira da criança.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Brain Damage


Desenho de Tiago Vieira.

The lunatic is in my head.
The lunatic is in my head.
You raise the blade, you make the change...
You re-arrange me 'till I'm sane.

You lock the door
and throw away the key...
There's someone in my head but it's not me.

And if the cloud bursts, thunder in your ear
you shout and no one seems to hear.
And if the band you're in starts playing different tunes,
I'll see you on the dark side of the moon.
Pink Floyd

sábado, 6 de dezembro de 2008

Grace Kelly


Desenho de Tiago Vieira

I tried to be like Grace Kelly
but all her looks were too sad.
So I tried a little Freddie...
I've gone identity mad!

I could be brown,
I could be blue,
I could be violet sky,
I could be hurtful,
I could be purple,
I could be anything you like...
Gotta be green,
gotta be mean,
gotta be everything more...
Why don't you like me?
Why don't you like me?
Why don't you walk out the door!
(Getting angry doesn't solve anything)
Mika

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Ciclo

Sou uma pessoa temerosa a mudanças. Sempre fui assim.
É difícil admitir mas é a verdade.

Lembro do primeiro dia de aula. Aliás, lembro da véspera do primeiro dia, do nervoso, da agonia, da timidez que seria inevitável entre pessoas que ainda não conhecia.
Lembro de ter visto algumas pessoas, daquela simpatia à primeira vista, da vontade de me aproximar mais e diminuir minha angústia.

Enfim... Lembro da primeira aula de Oficina, que me chamou atenção por quebrar a rotina que estamos acostumados.
Lembro de adorar a dinâmica de chegada com os cartões, de adorar a troca de história, de adorar as crônicas procuradas, a saída ao shopping, as uniões com a turma vizinha...

Lembro de ter me tranquilizado ao longo dos meses, de ter me sentido no lugar em que eu deveria estar, com pessoas com quem eu deveria estar.

E agora, percebo que o fim está próximo.
Não do curso, ainda faltam alguns anos. Mas da disciplina que, sem exageros, se tornou minha preferida.
E percebo também que aquela sensação de angústia se repete neste momento, com tanta intensidade quanto da primeira vez. Só inverti os motivos, a sensação é a mesma. Não mais por estar numa situação nova. Agora, é por sair de uma rotina da qual me acostumei.

Minhas sextas-feiras nunca mais serão as mesmas...