terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Deeper and Deeper

Someone said that romance was dead
and I believed it instead of remembering
what my mama told me...
Let my father mold me...
Then you tried to hold me...
You remind me what they said.
This feeling inside
I can't explain...
But my love is alive
and I'm never gonna hide it again.
Madonna

sábado, 24 de janeiro de 2009

In Your Room


In your room
where souls disappear...
Only you exist here.
Will you lead me to your armchair
or leave me lying here?
Your favourite innocence,
your favourite prize,
your favourite smile,
your favourite slave...
Depeche Mode

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Relatos de uma Lan House

Trabalhos em que é necessário contato com pessoas são os piores.

É fácil chegar numa conclusão assim quando se trabalha tendo contato com pessoas. E das mais folgadas.
Eu poderia até dizer que gente folgada se concentra em certos tipos de lugares como mercadinhos, colégios e Lan Houses.
Talvez você discorde do último lugar-que-atrai-folgados, mas pessoalmente falando, posso afirmar com veemência que a cada dez clientes que se aproximam do estabelecimento,
no mínimo, uns seis vão gerar algum tipo de problema.

Trabalho numa Lan House há mais de dois anos. São muitos os casos acontecidos que provam as afirmações acima.

Posso começar citando os motivos que levam uma pessoa a tal lugar.
Você pode responder que procuram acesso à Internet ou jogos.
Mas ao trabalhar numa Lan, você descobre que os objetivos não são tão claros assim.
As pessoas confundem Lan Houses com praças de alimentação, por exemplo.
Sim, chegam com alguns lanches, sentam na "fila de espera" (sem estar necessariamente esperando algum computador), começam a comer e esperam alguns amigos pra completar o grupo.
A essa altura, você está tão perplexo que nem sabe o que fazer. Com o tempo, se acostuma,
e percebe logo quem quer se distrair desse jeito, convidando-o gentilmente a sair.

Outra coisa interessante é perceber os objetivos variados das crianças.
Sim, elas variam muito mais neles.
Algumas acreditam até que um simples computador, projetado para o uso de uma única pessoa,
é uma espécie de Megazord em que uma pessoa controla cada membro. Entenda por membros o mouse, o teclado e o fone de ouvido.
Desse jeito, elas se juntam em três para lutar contra o mal (ou ser o malvadinho, a depender do jogo), cada um controlando cada parte, gritando bastante e gerando desconforto para a pessoa atarefada ao lado.
Com o tempo, também é fácil se acostumar com esse tipo de coisa e aprender a jogar os pequeninos pela janela.

Existem também as exposições via Internet. Um grupo grande de meninas com 14 ou 15 anos interessadas apenas em assistir a conversa da única que usa o computador. De brinde, as meninas vêem fotos dos rapazes em que estão interessadas ou fotos delas mesmas, expondo uma de cada vez. Pouco espaço pra esse tipo de coisa complica o trabalho de quem está administrando a Lan, precisando avisá-las de que tanta gente ao redor de um único computador pode, no mínimo, atrapalhar quem está do lado.

Também tem as pessoas que procuram relacionamentos. Dentre esse grupo específico, existe uma variação enorme de incômodos. Alguns acreditam que irão casar e ter filhos apenas navegando em salas de bate-papo. A crença da pessoa é independente de qualquer um. Se assim deseja, case e tenha seus filhos acessando. O problema é quando as pessoas sentem a necessidade humana de mostrar aos amigos e assim, lá vem aquele grupo enorme alojar-se ao lado de um computador, atrapalhando mais uma vez a pessoa ao lado. Ao reclamar, você toca num lado emocional, surgem então discussões e comentários do tipo "por que ele não pode ficar aqui do lado? Eu pagando!"

Enfim...

Pra quem trabalha num lugar desse tipo, as sinceras considerações de quem já viu duas pessoas tentando usar um headphone ao mesmo tempo (assim mesmo como você imaginou).
Talvez você não veja muita coisa pior...