terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Uma Dose a Mais


Desenho de Tiago Vieira.

Nenhum papel nessa tragédia...
A vida é um drama, todo mundo sabe.
Mas quem inventou essa comédia
ria da vida e pedia
sempre uma dose a mais....

Assim como o frio queima,
o calor às vezes mente demais...
E nossos corpos ardentes teimam,
e como teimam
necessitam de uma dose a mais.

Sempre uma dose a mais.

A luz no teto,
o som da música...
Nessa dança tudo se debate.
E uma alegria tão confusa
me invadia de repente...
Sempre com uma dose a mais.
Lobão

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Time


Ticking away the moments that make up a dull day
you fritter and waste the hours in an off hand way.
Kicking around on a piece of ground in your home town,
waiting for someone or something to show you the way...

Tired of lying in the sunshine staying home to watch the rain,
you are young and life is long and there is time to kill today...
And then one day you find ten years have got behind you...
No one told you when to run, you missed the starting gun.

And you run and you run to catch up with the sun, but it's sinking...
And racing around to come up behind you again.
The sun is the same in a relative way, but you're older.
Shorter of breath and one day closer to death

Every year is getting shorter, never seem to find the time...
Pink Floyd

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Interesse

O ônibus não estava cheio... Todos os passageiros estavam sentados e havia lugares vazios.

O silêncio é interrompido bruscamente por um choro alto, um grito.
Instintivamente, todos se viram procurando a pessoa que gritou. Deparam-se com uma criança, uma menina de 6 ou 7 anos que entrava no ônibus com uma mulher, possivelmente sua mãe.

Todos entendem e voltam sua atenção para o nada que estava anteriormente instalado.

A menina entra correndo e sobe logo num banco da janela, chorando muito alto e olhando para alguém do lado de fora.

-Vem aqui, !

A senhora do lado de fora sorri docemente e encosta-se ao ônibus ainda parado, pronto para partir. Ela toca na mãozinha da pequena que continua a chorar. A despedida é emocionante.

-Me dá dois reais!

O ônibus segue e a senhora acena para a menina, rindo da atitude surpreendentemente interesseira da criança.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Brain Damage


Desenho de Tiago Vieira.

The lunatic is in my head.
The lunatic is in my head.
You raise the blade, you make the change...
You re-arrange me 'till I'm sane.

You lock the door
and throw away the key...
There's someone in my head but it's not me.

And if the cloud bursts, thunder in your ear
you shout and no one seems to hear.
And if the band you're in starts playing different tunes,
I'll see you on the dark side of the moon.
Pink Floyd

sábado, 6 de dezembro de 2008

Grace Kelly


Desenho de Tiago Vieira

I tried to be like Grace Kelly
but all her looks were too sad.
So I tried a little Freddie...
I've gone identity mad!

I could be brown,
I could be blue,
I could be violet sky,
I could be hurtful,
I could be purple,
I could be anything you like...
Gotta be green,
gotta be mean,
gotta be everything more...
Why don't you like me?
Why don't you like me?
Why don't you walk out the door!
(Getting angry doesn't solve anything)
Mika

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Ciclo

Sou uma pessoa temerosa a mudanças. Sempre fui assim.
É difícil admitir mas é a verdade.

Lembro do primeiro dia de aula. Aliás, lembro da véspera do primeiro dia, do nervoso, da agonia, da timidez que seria inevitável entre pessoas que ainda não conhecia.
Lembro de ter visto algumas pessoas, daquela simpatia à primeira vista, da vontade de me aproximar mais e diminuir minha angústia.

Enfim... Lembro da primeira aula de Oficina, que me chamou atenção por quebrar a rotina que estamos acostumados.
Lembro de adorar a dinâmica de chegada com os cartões, de adorar a troca de história, de adorar as crônicas procuradas, a saída ao shopping, as uniões com a turma vizinha...

Lembro de ter me tranquilizado ao longo dos meses, de ter me sentido no lugar em que eu deveria estar, com pessoas com quem eu deveria estar.

E agora, percebo que o fim está próximo.
Não do curso, ainda faltam alguns anos. Mas da disciplina que, sem exageros, se tornou minha preferida.
E percebo também que aquela sensação de angústia se repete neste momento, com tanta intensidade quanto da primeira vez. Só inverti os motivos, a sensação é a mesma. Não mais por estar numa situação nova. Agora, é por sair de uma rotina da qual me acostumei.

Minhas sextas-feiras nunca mais serão as mesmas...

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Future Lovers

Connect to the sky.
Future lovers ride their ambitions high...
Would you like to try?
Let me be your guide,
put aside your pride.
Future lovers hide love inside their eyes.

In the evidence of its brilliance...

Not controlled by time,
future lovers shine for eternity...
In a world that's free,
put away your past.
Love will never last,
if you're holding on to a dream that's gone.

I'm gonna tell you about love.
Would you like to try?

In the evidence of its brilliance.
There's no love like the future love.
Madonna

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Goodbye Blue Sky


Desenho de Tiago Vieira.
Did you see the frightened ones?
Did you hear the falling bombs?
Did you ever wonder
why we had to run for shelter
when the promise of a brave new world
unfurled beneath a clear blue sky?

Did you see the frightened ones?
Did you hear the falling bombs?
The flames are all long gone
but the pain lingers on...

Goodbye, blue sky...
Goodbye... Blue sky, goodbye!
Goodbye!
Pink Floyd

Trem das Cores


As casas tão verde e rosa
Que vão passando ao nos ver passar
Os dois lados da janela
E aquela num tom de azul
Quase inexistente, azul que não há
Azul que é pura memória de algum lugar
Teu cabelo preto
Explícito objeto
Castanhos lábios
Ou pra ser exato
Lábios cor de açaí
E aqui, trem das cores
Sábios projetos:
Tocar na central
E o céu de um azul
Celeste celestial
Caetano Veloso

domingo, 16 de novembro de 2008

"Abandonado por você"

Coisas consideradas bregas estão por aí o tempo todo... Nem todas são prejudiciais, eu diria.
Independentemente de descobrir quais são ou não prejudiciais, a professora Eliana nos deu uma atividade diferente: compor uma música assumidamente brega romântica.

Devido a alguns probleminhas, acabei chegando tarde na aula e, ao entrar na sala, tia Eliana soltou um comentário animado:
"Mais uma pra fazer a música brega!"

Na hora, me sentindo um pouco mal, nem prestei muita atenção. Fui beber água e quando voltei ficou esclarecido do que se tratava a dinâmica de chegada.

E gostei.

Acredito que quando uma pessoa te diz para fazer algo que já é assumidamente ruim (no caso, o "brega" teve esse efeito), você ganha uma certa tranquilidade...

Ela não nos mandou escrever um poema, ou uma letra de música romântica apenas ou um texto mais profundo. Ela disse "brega". Não sei se a intenção dela era bem essa, mas acredito que a palavra foi usada para nos dar essa tranquilidade.

Vamos à produção!

Concordei com o que ela disse: é possível escrever qualquer coisa com o processo de criação voltado nas coisas já vividas... Não necessariamente situações, mas frases e palavras já ouvidas. E a nossa "produção" foi baseada nessa idéia, afinal, mesmo que não se ouça a tal música brega romântica, ela está em todo o canto e é possível perceber com muita facilidade quais as frases repetidas que mais compõem esse tipo de cancioneiro.

Coração partido, amor a primeira vista, outras coisas do tipo e lá estava nossa musiquinha escrita no quadro.

A letra:
Não aguento mais ficar sem você
Depois daquele dia que te vi
Sob a luz do amanhecer

Meu coração ficou partido
Por que tinha me iludido
Achando que você ficaria comigo

Me perdi no seu olhar
Foi amor a primeira vista
Mas comigo você não quis ficar
Me deixou sem nenhuma pista

E hoje vivo a sofrer
Abandonado na solidão
Sem saber o que escolher
Entre você e meu coração

Me perdi no seu olhar
Foi amor a primeira vista
Mas comigo você não quis ficar
Me deixou sem nenhuma pista

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Sally's Song

Desenho de Tiago Vieira.

I sense there's something in the wind
that feels like tragedy's at hand
and though I'd like to stand by him,
can't shake this feeling that I have.
The worst is just around the bend...

And does he notice my feelings for him?
And will he see how much he means to me?
I think it's not to be...

What will become of my dear friend?
Where will his actions lead us then?
Although I'd like to join the crowd
in their enthusiastic cloud,
try as I may, it doesn't last.

And will we ever end up together?
No, I think not, it's never to become
for i am not the one...
Danny Elfman

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Insólito

Nada pior do que esperar alguém que se atrasa. Ele estava num momento desses.

Enquanto pessoas iam e voltavam do PAF I, ele, em frente ao Instituto de Biologia falava ao celular olhando em volta, como se estivesse na espera de alguém que deveria ter chegado há muito.

Pensei: "é ele!". Sentei para observar com minha agenda já aberta e a caneta a postos.
Ele desligou o telefone e continuou olhando em volta como se estivesse pronto para dar uma bronca na pessoa irresponsável.

"Ah, melhor dar uma volta..." Ele andou e eu o segui. Estava tão atordoado que nem percebeu uma pessoa estranha ligada em todos os seus movimentos. De camisa laranja, bermuda cinza, uma grande mochila e uma pasta na mão, ele seguia olhando em volta mexendo na pequeno cavanhaque. Até que entrou no prédio de aulas. "Vou ter que achar outra pessoa... Ele deve ter ido pra sala de aula." Percebi que tinha me enganado quando vi o rapaz parado em frente à escada do prédio. Estava realmente agoniado... Logo depois de entrar, saiu do lugar e foi até a pilastra, perto do pátio. "Aah, ela não chega!" Ligou novamente indo ao meio do pátio. Voltou e parecia que ia sair do PAF I. Parou na saída. Viu um outro rapaz, falou alguma coisa... A pessoa não chegava.

Num dos muitos olhares em volta ele se assustou: uma garota olhava fixamente pra ele enquanto escrevia na agenda. "Ixe, ele me viu..." Tentei disfarçar. Ele agora não olhava em volta atrás da tal pessoa irresponsável. Olhar em volta foi uma arma para que ele tentasse entender o que a garota queria olhando pra ele e escrevendo.

Acabou o tempo da atividade. Hora de voltar pra sala. Passei bem perto do observado que não levantou a cabeça e deveria estar no mínimo, curioso...

Nada pior do que esperar por alguém que se atrasa. Num desses momentos rotineiros pode acontecer algo insólito e ter alguém observando todos os seus movimentos ao anotar num caderninho.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Hora Deserta


E por algum instante ser apenas falta
Ser a hora mais deserta que habita em nós
Ser nada, desamparo de qualquer exílio
Ser a estrada que vazia reverbere a voz
Da vida e pulse toda
A vida pulse toda
Lobão

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Poética

Estou farto do lirismo comedido

Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e manifestações de apreço ao sr. diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo

Abaixo os puristas

Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis

Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo.

De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc.

Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbados
O lirismo dos clowns de shakespeare

- Não quero mais saber de lirismo que não é libertação.

Manuel Bandeira

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Time


Desenho de Tiago Vieira.

Time - He's waiting in the wings,
he speaks of senseless things,
his script is you and me, boy.

Time - He flexes like a whore,
falls wanking to the floor,
his trick is you and me, boy...

Time - In Quaaludes and red wine,
demanding Billy Dolls
and other friends of mine...
Take your time.

The sniper in the brain, regurgitating drain,
incestuous and vain, and many other last names.
I look at my watch it say 9:25 and I think "Oh God I'm still alive!"

We should be on by now...
We should be on by now.

You - are not a victim...
You - just scream with boredom!
You - are not evicting time.
David Bowie

domingo, 12 de outubro de 2008

Human Nature


"You wouldn't let me say the words I longed to say
You didn't want to see life through my eyes
[Express yourself, don't repress yourself]

You tried to shove me back inside your narrow room
And silence me with bitterness and lies
[Express yourself, don't repress yourself]

Did I say something wrong?
Oops, I didn't know I couldn't talk about sex
[I musta been crazy]
Did I stay too long?
Oops, I didn't know I couldn't speak my mind
[What was I thinking?]

You punished me for telling you my fantasies
I'm breakin' all the rules I didn't make
[Express yourself, don't repress yourself]

You took my words and made a trap for silly fools
You held me down and tried to make me break
[Express yourself, don't repress yourself]

Did I have a point of view?
Oops, I didn't know I couldn't talk about you
[What was I thinking?]

And I'm not sorry... It's human nature."
Madonna

sábado, 11 de outubro de 2008

Chibi Eliana Mara


Tentando passar toda a fofura da profa pro papel...

Oficina em sala de aula - 10.10.2008

Mais um aula fora de nossa sala habitual... Dessa vez, houve uma união entre a turma de Oficina da professora América e a nossa. Todos ao ILUFBA, numa sala audio-visual, assistir a apresentação de um seminário dos alunos da outra turma, com direito a debate e a lanche.

Numa sala cheia, aconteceram as apresentações. Assuntos variados trabalhados em cima de diversos textos passados por América.
A primeira aluna a se apresentar comentou sobre a liberdade de leitura e interpretação, fazendo considerações sobre o ato de estudar.
Uma das apresentações que mais me chamou atenção foi um diálogo entre dois alunos, discutindo o Demônio da Teoria de Compagnon. Ambos tinham opiniões contrárias ao autor ao mesmo tempo em que divergiam entre si. O texto falava sobre uma das questões mais comentadas quando o assunto é arte: o que é literatura? Segundo um dos alunos, a pergunta correta deveria começar com "quando é...?", já que as expressões faladas, textos impressos ou manuscritos, ou até mesmo um blog podem ser considerados literários.

Houve um comentário a respeito de Aristóteles e Platão, já que em sua época o termo literatura não existia, entretanto ambos ditavam regras de comportamento e seguimento das expressões artísticas, não considerando como arte a comédia e o canto satírico, apenas as tragédias. Um terceiro aluno se juntou ao diálogo, com uma opinião voltada para a idéia de interpretação, comentando que para ele, o termo Literatura só se aplica a ficção, já que esta tem uma função estética. Momento para comentários de Eliana Mara, em que ela concluiu que definir literatura não é o mais importante.

Parada para o lanche. Na volta, três alunas se apresentaram juntas. A primeira, comentando as explosões de linguagem que existem no mundo e como é necessário aprender a ler, não só palavras, mas um prédio, por exemplo, ou uma pintura, um filme, uma expressão... A segunda procurou definir o termo leitura, usando sua origem no Latim, em que legere significava colher, armazenar. A terceira comentou a função do leitor, "ser solidário, mas não solitário".

Não houve tempo suficiente para todos os alunos: adiar foi a solução. Ao fim de todas as considerações finais, os blogs das turmas foram trocados e foi definido o roteiro da próxima aula.

Em qualquer situação, em qualquer lugar, o ritual se faz presente. O aluno apavorado da sexta passada sumiu... Teria ele fugido? De qualquer forma, rodinha, beijinhos, palminhas e despedidas.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Citações

Eu gosto de citações... Na verdade, gosto de umas com a mesma intesidade que detesto outras... Aquelas famosérrimas, batidas que muita gente adora comentar são um bom um exemplo para o segundo caso...


Bem, a meu ver, algumas são muito boas e não tiro seu valor. Mas o que irrita muito, pelo menos a mim, é a repetição. Imagino que muitas por serem tão boas acabam sendo tão repetidas. Tem um efeito parecido com os clichês, aqueles que você não aguenta mais ao mesmo tempo que assume sua veracidade...


As minhas preferidas, geralmente, são as engraçadas...


Enfim... Não tinha pensado na possibilidade de postar as citações que a profa. Eliana Mara nos pediu para guardar até um comentário cheio de pesar que ela soltou hoje...
Antes tarde do que nunca!

Castelo:
"O mundo anda tão caótico que Deus logo aumenta os Dez Mandamentos para vinte."


"O egocêntrico ficou tão cheio de si que se suicidou"


Millôr:
"A feiura tem uma vantagem: dura mais do que a beleza."


"Você pode evitar descendentes mas não pode evitar antepassados."


Picasso:
"Toda criança é artista. O problema é permancer artista depois de crescer."


Cazuza:
"Fico feliz quando penso que o homem difere dos bichos e das plantas porque pode amar sem reproduzir - embora o papa não goste disso."


John Lennon:
"A vida é aquilo o que acontece enquanto você faz planos."


George Bernard Shaw:
"Tem gente que sonha com realizações importantes e há quem vá lá e realiza."


Michel Eyquem de Montaigne:
"A palavra é metade de quem a pronuncia e metade de quem a escuta."


Anônimo:
"Nasci careca, pelado e sem dente. O que vier é lucro."


Maria Von Ebner-Eschenbach:
"Não acreditamos em reumatismo nem em amor verdadeiro até o primeiro ataque."


Madonna:
"Pobre é o homem cujos prazeres dependem da permissão de outro."

domingo, 5 de outubro de 2008

In The Flesh?


Desenho de Tiago Vieira.

"So ya thought ya might like to go to the show
To feel the warm thrill of confusion
That space cadet glow?
Tell me is something eluding you sunshine?
Is this not what you expected to see?
If you wanna find out what's behind these cold eyes
You'll just have to claw your way through this disguise"
Pink Floyd

A Perfeição - Clarice Lispector


O que me tranqüiliza
é que tudo o que existe,
existe com uma precisão absoluta.

O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete
não transborda nem uma fração de milímetro
além do tamanho de uma cabeça de alfinete.

Tudo o que existe é de uma grande exatidão.
Pena é que a maior parte do que existe
com essa exatidão
nos é tecnicamente invisível.

O bom é que a verdade chega a nós
como um sentido secreto das coisas.

Nós terminamos adivinhando, confusos,
a perfeição.

sábado, 4 de outubro de 2008

Oficina em sala de aula - 03.10.2008

Poesias, poesias, poesias, pequena exposição, carta, rodinha, beijinhos...

A aula foi toda voltada a poesia. Já na dinâmica de chegada, precisamos escolher uma do livro que caísse em nossas mãos, como uma forma de dizer bom dia a turma. Depois de uns minutos, com algumas pessoas ainda chegando, a atividade foi completada e dissemos nossos "bom dia".

O próximo assunto foi poesia mesmo. Eliana foi pra parte teórica do assunto. E nos foi dada outra atividade relacionada com o tema. Dessa vez, escolher uma poesia para tentar interpretar a técnica usada pelo autor. Além disso, ela deu a cada aluno duas folhas de papel e algumas canetinhas, para que expressássemos visualmente no papel o tema do autor.

Depois de trinta minutos de trabalho, houve uma pequena exposição na qual os trabalhos de cada aluno foi colado na parede. Cada um comentaria o porquê de ter feito esse desenho ou escrito aquela frase. As motivações foram diversas, de interrogações representando a falta de ligação com a poesia, ou um desenho por não ser tão fã do estilo, ou um esquema explicando detalhes do que foi lido, também alguns expondo como vêem esse tipo de escrita... Entre outros.

Intervalo. Na volta, Eliana nos deu uma atividade diferente. Envelope e selo para todos: uma carta para ser escrita e enviada a ela, com o objetivo de chegar em sua casa no máximo na quinta-feira. Envelope decorado está valendo, além de algum caso ou história que não seja muito pessoal a ponto de não poder ser contada em sala.

Atividades para a próxima semana definidas. Rodinha tradicional de fim de aula. Algum aluno ficou apavoradíssimo com o fato de estar ao lado de outro homem nessa tradição de fim de aula que envolve beijinhos no rosto. Risada geral. Frases finais, beijinhos finais, palminhas finais.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Memory of a Free Festival


David Bowie - Memory of a Free Festival

The Children of the summer's end
Gathered in the dampened grass
We played Our songs and felt the London sky
Resting on our hands
It was God's land
It was ragged and naive
It was Heaven

Touch, We touched the very soul
Of holding each and every life
We claimed the very source of joy ran through
It didn't, but it seemed that way
I kissed a lot of people that day

Oh, to capture just one drop of all the ecstasy that swept that afternoon
To paint that love
upon a white balloon
And fly it from
the topest top of all the tops
That man has pushed beyond his brain
Satori must be something
just the same

We scanned the skies with rainbow eyes and saw machines of every shape and size
We talked with tall Venusians passing through
And Peter tried to climb aboard but the Captain shook his head
And away they soared
Climbing through
the ivory vibrant cloud
Someone passed some bliss among the crowd
And We walked back to the road, unchained

"The Sun Machine is Coming Down, and We're Gonna Have a Party
The Sun Machine is Coming Down, and We're Gonna Have a Party
The Sun Machine is Coming Down, and We're Gonna Have a Party
The Sun Machine is Coming Down, and We're Gonna Have a Party
The Sun Machine is Coming Down, and We're Gonna Have a Party."

domingo, 28 de setembro de 2008

We Float

"So will we die of shock?
Die without a trial
Die on Good Friday
While holding each other tight
This is kind of about you
This is kind of about me
We just kind of lost our way
But we were looking to be free

But one day we'll float...
Take life as it comes."
PJ Harvey

TVC 15

Desenho de Tiago Vieira.

"Transition...
Transmission...
Transition...
Transmission...

Oh, my TVC one five! Oh, TVC one five...!"
David Bowie

sábado, 27 de setembro de 2008

Oficina - Aula externa - 26.09.2008


Shopping, impressões, sentidos, livros, entrevistas, lanche, fotos e beijos públicos.

A aula foi externa, marcada no Shopping Barra. O encontro aconteceu às 9:10h e já saímos em busca de impressões, sentidos ou situações na dinãmica de chegada. Música misturada a ruídos, alguns cheiros, algumas cores, situações, gritos do nada e manequins verdes me chamaram a atenção e foram anotados. Rodinha para expor o que foi visto em plena seção infantil do Siciliano. Saímos, então, para a entrevista.

Saí num trio e foi feita a entrevista de um jeito bem formal, eu diria. Na volta, lemos crônicas enquanto o resto das pessoas não voltavam. Uma me chamou muita atenção, "Fazer nada" de Rubens Alves.

Todos juntos, ida à praça de alimentação. Contamos nossa entrevista, ouvimos as de todos. Dado o intervalo, foi providenciado um lanche. Na volta, comemos e ouvimos algumas considerações finais.

Eliana nos pediu algumas coisas para a próxima aula. Houve um sorteio de um livro e Ralph ganhou. Mesmo num lugar público e consideravelmente cheio, o ritual rodinha/palavras/beijinhos aconteceu. Até palminhas tentando discrição.

Nesse tipo de lugar, no intervalo de tempo em que estivemos lá, é possível perceber um efeito "pôr-do-sol". Chegando pela manhã, é notável o vazio, o distaciamento, os ruídos abafados mas poucos e, enquanto o tempo passa, as coisas se aproximam, ruídos aumentam e há pessoas por todo lado. Impossível não sentir a diferença entre o primeiro momento e o último dentro do shopping.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Cuidados no trânsito

Acidentes de carro acontecem diariamente. Muitas mortes são causadas por eles. Uma das maiores questões para se resolver esse tipo de problema está na causa específica do acidente que pertence, umas vezes, ao motorista e outras, ao pedestre.

Existem muitos motoristas imprudentes comentendo verdadeiros crimes pelas ruas mas é inegável que, em muitos dos acontecidos, a culpa foi claramente do pedestre, também imprudente desrespeitando as leis de trânsito.

Acessando a internet esses dias, vi uma notícia quase corriqueira de acidente de carro com mortes do motorista e do pedestre. Quase corriqueira se não fosse por um detalhe. O pedestre morto se chamava Hilda, tinha 40 anos, pesava 5 toneladas e tinha sido libertada para se alimentar: era um elefante.

Concluo, então, que para diminuir casos de acidentes é preciso educação para o motorista e para o pedestre e, é claro, tomar cuidado com a hora do lanche.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Pessoas



"Somos todos interessados em pessoas.

Está em nossos genes. Mesmo quando crianças preferimos olhar para um rosto humano do que para outra coisa qualquer. Existe algo em todos nós que nos induz a contatar àqueles a nossa volta. Estou expressando o mesmo impulso.

Quando era muito jovem, não passei tempo desenhando nada além de pessoas. Até a faculdade, de fato, dificilmente desenhei ou sequer pintei outra coisa. Uma vez na faculdade, fiz experimentos com outros temas, abstracionismo, naturezas mortas e desenhos estruturais.
Meus professores desencorajavam-nos a trabalhar com pessoas, pareciam pensar que a arte figurativa era uma forma morta e não vendável no mundo das artes.

Descobri, porém, que não apreciava outros temas de tal forma e que não tinha aquele sentimento de fluidez enquanto pintava ou de realização quando terminava. Não estava de todo conectado à imagem e ela não significava nada pra mim.

Ao formar-me na universidade, voltei-me diretamente à criação de imagens de pessoas e nunca mais retornei. Quando pinto alguém, existe um momento em que a pessoa no quadro passa a existir, algo acontece e ele (ou ela) está ali, realmente ali.

Esse é o momento pelo qual anseio e a recompensa que me mantém pintando."
Ian Strawn - Pintor americano.
Texto retirado da revista ZUPI. Ano 03, edição 10, p. 81.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Observando pessoas

Não há nada melhor do que observar as pessoas em sua volta e tentar adivinhar como é a vida de cada um. Faço esse tipo de coisa quase que diariamente. E o melhor lugar pra se divertir dessa forma é, sem dúvida, um ônibus.

No dia 22/09, na minha volta pra casa depois das aulas, cansadérrima e com fome, me distraí no fundo do ônibus olhando cada pessoa ao meu redor. Estava na última fileira, no banco do meio, o que me permitiu uma boa e discreta visão de todos.

Na janela, à minha direita, estava uma senhora de cabelos curtinhos, com sacolas transparentes cheias daqueles produtos que vemos em armarinhos. Ao lado dela, sentou uma moça bonita fardada (perecia farda de clínica). Ela estava com um desses saquinhos de supermercado com dois pacotes de café dentro. Eu, no meio. Na janela, à esquerda, tinha uma mulher que não reparei muito. Entre ela e eu, uma moça jovem arrumava uns biquinis num saco. Acho que eram reformados. Ainda à esquerda, na janela dos bancos da frente, uma senhora assistindo a paisagem. Ao lado dela, outra senhora que folheava atentamente uma revista TOK & STOK, circulava alguns móveis. Nos bancos do outro lado, mais duas mulheres (nossa, o mundo anda cheio de mulheres!).

Num determinado momento do percurso, um vendedor ambulante trabalhando no ônibus reconheceu a senhora que olhava a paisagem e iniciou-se uma conversa que durou alguns minutos. Conversavam sobre casos de família tão naturalmente que me senti parte da vida deles. Se despediram, ele seguiu caminho, descendo pouco depois das "duas mãos" do Comércio.

O resto da viagem foi parado.

Depois de descrever parte da minha volta pra casa, você pode até pensar que essa coisa de observar vidas alheias é uma atividade meio inútil. Inútil é. Mas é muito bom fazer de vez em quando.

sábado, 20 de setembro de 2008

Cabaret


Existem vários comerciais engajados quando o assunto é meio ambiente. Um deles me chamava muito a atenção, principalmente pela música tocada, que tinha uma sucessão da palvra "money"... Um amigo então, me manda um vídeo da cantora e atriz Liza Minnelli. Procurando por outros vídeos dela, encontro uma cena de um filme que se chama Cabaret. Nesta cena, ela e um homem baixinho com terno elegante e rosto maquiado cantam a música daquele comercial. A partir daí, descrubo, pesquisando pela internet, que aquele filme foi feito em 1972 e é um musical que se passa num cabaré. Consegui o filme, assisti e me apaixonei.

A história se passa na Alemanha, em 1930. Sally Bowles, cantora de cabaré que sonha em ser atriz de cinema, conhece Brian Robets, um professor inglês bissexual e os dois se apaixonam. O relacionamento deles está tranquilo até que Sally conhece um nobre alemão e através dele, enxerga um jeito de conseguir seu estrelato. Sally e Brian se envolvem com esse homem. Ela fica grávida, Brian diz, então, que quer se casar com ela e ter o filho mesmo que haja a possibilidade de não ser dele. Mas as coisas não acontecem bem como o planejado. Enquanto os romances se desenvolvem, o Nazismo começa a aparecer na Alemanha e é mostrado no filme como coadjunvante. É possível perceber de uma forma discreta como o Nazimo era mal visto pelos alemães no início e como as coisas mudaram com o tempo.


Uma das coisas que mais gosto no filme são as "representações" da realidade através dos palcos do cabaré onde Sally trabalha. No início do filme, na música "Willkommen", o MC, representado por Joel Gray, aquele homem baixinho com terno elegante e maquiagem no rosto, apresenta o local, comentando como a vida é chata e complicada e que lá, no cabaré, as coisas são diferentes. "A vida, as garotas... Até mesmo a orquestra é bela".

Depois, em "Mein Herr", é possível perceber a definição da personalidade de Sally. Outros momentos, alguns que envolvem violência e preconceitos difundidos pelo Nazismo também são representados nos palcos.

A última música que Sally canta (pra mim, a mais bonita e emocionante), prega o ideal de viver o que é preciso e aproveitar todos os momentos possíveis, já que a vida é simplesmente um cabaré.
"I used to have a girl friend known as Elsie
With whom I shared
Four sordid rooms in Chelsea
She wasn't what you'd call
A blushing flower...
As a matter of fact she retend by the hour

The day she died the neighbors
came to snicker:
"Well, that's what comes from too much pills and liquor."
But when I saw her laid out like a queen
She was the happiest corpse I've ever seen.

I think of Elsie to this very day.
I remember how she'd turn to me and say:
What good is sitting all alone in your room?
Come hear the music play!
Life is a Cabaret, old chum...
Come to the Cabaret."

O filme teve 10 indicações ao Oscar do ano de 72, vencendo 8, entre elas a de Melhor Atriz para Liza Minnelli, Melhor Ator Coadjunvante para Joel Gray e Melhor Diretor para Bob Fosse.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Oficina em sala de aula - 19.09.2008

Histórias de relações individuais com a leitura, teoria, citações, agendas, broncas, crônicas primeiras com direito a rascunho na folha entregue, combinada a aula ao "ar livre", entrega dos resumos, exercício novo e beijinhos.

Como em toda aula, uma atividade inicial foi aplicada. Precisamos escolher histórias marcantes que envolvessem leitura. Algumas fofinhas, outras traumáticas, outras mais "prazerosas"... Depois de apresentadas, a profa Eliana comentou sobre a leitura na vida de cada pessoa, sobre como possíveis traumas da infância criam bloqueios na hora de produzir ou ler textos.

Depois, foram pedidas as citações já pedidas há semanas. Algumas muito interessantes. Baseado no texto Frases, Eliana exemplificou como é feita uma boa frase. Como desconstruir e reconstruir ou como o ritmo ajuda na hora de produzir boas frases.

Crônicas, mais uma vez! Eliana nos pediu uma "primeira crônica"... Nada de perfeição, apenas um texto produzido por nós com, talvez, um tema escrito na agenda. E entregue com o rascunho em outra parte do papel, nada de jogar fora a evolução do texto.

Combinamos, então, a aula fora do prédio. Pensamos no Aeroporto mas as aulas anteriores e as posteriores de alguns alunos seriam prejudicadas com a distância. Então, foi decidida a aula no Shopping Barra, por ser bem mais próximo.

Fim da aula: rodinha, palavras, todo mundo fazendo um "exercício" novo, beijinhos.

Sky Fits Heaven



Madonna - Sky Fits Heaven

Sky fits heaven so fly it
That's what the prophet said to me
Child fits mother so hold your baby tight
That's what my future could see

Fate fits karma so use it
That's what the wise man said to me
Love fits virtue so hold on to the light
That's what our future will be

Traveling down this road
Watching the signs as I go
I think I'll follow the sun
Isn't everyone just
Traveling down their own road
Watching the signs as they go
I think I'll follow my heart
It's a very good place to start

Traveling, traveling
Watching the signs as I go

Hand fits giving so do it
That's what the Gospel said to me
Life fits living so let your judgments go
That's how our future should be

Traveling down my own road
Watching the signs as they go
Traveling down my own road
And I'm watching the signs as I go
Traveling, traveling
Watching the signs as I go...

In Your Room



Desenho de Gustavo de Oliveira.

Depeche Mode - In Your Room

In your room
Where time stands still
Or moves at your will
Will you let the morning come soon
Or will you leave me lying here
In your favourite darkness
Your favourite half-light
Your favourite consciousness
Your favourite slave

In your room
Where souls disappear
Only you exist here
Will you lead me to your armchair
Or leave me lying here
Your favourite innocence
Your favourite prize
Your favourite smile
Your favourite slave

I'm hanging on your words
Living on your breath
Feeling with your skin
Will I always be here

In your room
Your burning eyes
Cause flames to arise
Will you let the fire die down soon
Or will I always be here
Your favourite passion
Your favourite game
Your favourite mirror
Your favourite slave

I'm hanging on your words
Living on your breath
Feeling with your skin
Will I always be here
Will I always be here

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Teatro dos Vampiros


Desenho de Tiago Vieira, amigo querido.

Legião Urbana - Teatro dos Vampiros

Sempre precisei
De um pouco de atenção
Acho que não sei quem sou
Só sei do que não gosto...
E nesses dias tão estranhos
Fica a poeira
Se escondendo pelos cantos

Esse é o nosso mundo
O que é demais
Nunca é o bastante
E a primeira vez
É sempre a última chance
Ninguém vê onde chegamos
Os assassinos estão livres
Nós não estamos...

Vamos sair!
Mas não temos mais dinheiro
Os meus amigos todos
Estão procurando emprego...
Voltamos a viver
Como há dez anos atrás
E a cada hora que passa
Envelhecemos dez semanas...

Vamos lá, tudo bem!
Eu só quero me divertir
Esquecer dessa noite
Ter um lugar legal prá ir...
Já entregamos o alvo
E a artilharia
Comparamos nossas vidas
E esperamos que um dia
Nossas vidas
Possam se encontrar...

Quando me vi
Tendo de viver
Comigo apenas
E com o mundo
Você me veio
Como um sonho bom
E me assustei
Não sou perfeito...
Eu não esqueço

A riqueza que nós temos
Ninguém consegue perceber
E de pensar nisso tudo
Eu, homem feito
Tive medo
E não consegui dormir...

Vamos sair!
Mas estamos sem dinheiro
Os meus amigos todos
Estão, procurando emprego...
Voltamos a viver
Como a dez anos atrás
E a cada hora que passa
Envelhecemos dez semanas...

Vamos lá, tudo bem
Eu só quero me divertir
Esquecer dessa noite
Ter um lugar legal prá ir...
Já entregamos o alvo
E a artilharia
Comparamos nossas vidas
E mesmo assim
Não tenho pena de ninguém...

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Oficina em sala de aula - 12.09.2008

A alma da profa Eliana dividida entre vários lugares, crônicas, Rômulo de barba feita, Tassia de cabelo mais curto, crônicas interessantes, Papai Noel roubado e contra-bandeado, fotenhas, batismo dos blogs e comida! Muita comida!
Assim foi a aula hoje.

Apesar de toda a preparação pra o santo dia do Batismo, a profa nem pode estar conosco direito... Uma pena. Mas a aula não deixou de ser interessante por isso. Gosto da parte teórica de Eliana por que consegue manter meu interesse (mesmo que meu pé inquieto a deixe agoniada, juro que não é falta de interesse, muito menos tédio).

Crônicas são interessantes. Textos simples, sem muitas regras... Quer coisa melhor pra mim, que nunca fui aspirante a escritora? Mas tirando a parte preguiçosa dessa minha motivação, é verdade que as crônicas são um dos tipos de textos que mais me atraem... Por essa tranquilidade, elas acabam me dando mais ânimo pra leitura, o que é imprescindível.

Eliana nos deu umas crônicas pra lermos... Algumas ótimas. Inclusive, um elemento da sala roubou uma crônica que não nos foi passada e saiu passando ilegalmente por nós. Impagável a crônica. De longe a melhor, muito engraçada. Outras me chamaram atenção também. Talvez falemos delas na próxima aula.

Depois dos acontecidos, ao Batismo! Fotinhas, claro, que ninguém é de ferro. Batizamos os blogs, com direito a água-benta imaginária! Nada melhor! Comemos, limpamos a sujeira. E até a próxima sexta...

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Título do Blog


John Lennon! Gênio!
Clichê, eu sei... Mas uma verdadeira verdade.

Não preciso falar da importância desse homem, da sua história, suas músicas, suas letras, muito menos da sua banda...
Mas, posso falar que ando ultimamente viciada nele.

Quando me foi dada a "missão" de dar um título a esse blog que você está lendo, me veio em mente: Instant Karma! Esse é o nome de uma música dele, na verdade, a minha música preferida dele.

Isso é fruto do vício, não nego, mas também tem uma influência estética e ideal (ooooh!).

Tem sim...

O nome, em si, chama atenção (pelo menos a minha)...

E a idéia de carma (ou karma) sempre me chamou atenção mesmo.
Essa coisa de "tudo volta pra você" é bem interessante. Fora que o Hinduísmo (que usa muito esse termo) e as culturas orientais em geral me fascinam.
Esse blog me dá essa idéia, e as minhas "escritas" recém-nascidas sempre vão ter muito a ver com isso.
Já a idéia de instantâneo me remete a essa rapidez da internet. Sendo bem recebido o seu texto, você lê comentários a respeito, sabe das opiniões dos "leitores" de uma foma bem rápida...

Enfim... Explicar um título de blog não é das coisas mais fáceis, mas eu tentei.


Letrinha!
John Lennon foi pacifista até o fim. Essa letra, como a grande maioria, tem esse cunho revolucionário, esse ideal de "peace and love".
Lá vai:

John Lennon - Instant Karma! (we all shine on)

Instant Karma's gonna get you
Gonna knock you right in the head
You better get yourself together
Pretty soon your gonna be dead

What in the world you thinking of?
Laughing in the face of love
What on Earth you try'na do?
It's up to you
Yeah, you

Instant Karma's gonna get you
Gonna knock you right in the face
You better get yourself together darling
Join the human race

How in the world you gonna see?
Laughing at fools like me
Who on Earth d'you think you are?
A superstar?
Well, right you are

And we all shine on
Like the moon and the stars and the sun
Well, we all shine on
Everyone, c'mon

Instant Karma's gonna get you
Gonna knock you off your feet
Better recognise your brothers
Everyone you meet

Why in the world are we here?
Surely not to live in pain and fear
Why on Earth are you there
When you're everywhere
Gonna get your share

Well, we all shine on
Like the moon and the stars and the sun
Yeah, we all shine on
C'mon and on and on, on, on

Yeah, yeah
alright

Well, we all shine on
Like the moon and the stars and the sun
Yeah, we all shine on
On and on and on, on and on...

Sou ativista


Assistindo à proganda eleitoral esses dias, vi que os vereadores com menos tempo de falar sobre seus projetos escolhem um assunto ou problema, geralmente, ligado ao seu currículo ou sua experiência de vida. Não vou falar de política, até por que não sou tão boa nisso, nem criticar os "pobres vereadores" com tão pouco tempo para apresentar seus projetos. Só uso esse caso pra mostrar como as coisas funcionam: é comum ver que as pessoas só se interessam em resolver problemas que as atingem.

Geralmente, pessoas que sofrem por algum tipo de violência se interessam na segurança com mais avidez. Pessoas que lutam pra quebrar regras impostas pela ditadura da beleza, geralmente, são pessoas que não se encaixam muito bem nesse padrão. Quem pertece à camadas sociais ou etnias que sofrem preconceito é mais dedicado quando o assunto é ser contra a discriminação. A homofobia é vista como verdadeiro crime, na maioria das vezes, pelos gays...
E é disso que vou falar.

Eu sou heterossexual. Mas me considero uma ativista pela causa GLBT. Não falo com pretensão, nem digo que saio com camisetas sobre o assunto, nem nunca fui à Parada Gay (não por falta de vontade, mas por falta de tempo mesmo). Mas me considero ativista por que uma das coisas que mais me irritam é homofobia. É um absurdo tão imenso... Eu tenho consciência de que a homossexualidade não é escolhida (idéia errada passada há gerações que só piora a situação). Tenho pessoas próximas e muito queridas que são gays, sei o que acontece com elas, sei pelos problemas que passam e sempre pensei nisso, mesmo antes de conhecê-las.
Me irrita ver como as pessoas são paradas em relação a isso, como se não fosse da conta delas e o pior: como se fosse o caminho certo. Esse é o grande problema. Acredito que todos poderiam ser ativistas. Ativistas na consciência, jogando fora o comportamento preconceituoso. Já seria uma mudança imensa.

É triste e injusto ver pessoas como eu ou você deixando de lado suas vontades, seus desejos para satisfazer ideais de outras pessoas. Triste saber que muitos levam uma vida dupla por saber que isso provocaria um choque nos seus pais ou comentários maldosos de outros familiares, sendo que a família deveria ser seu maior apoio. Injusto saber que enquanto eu ando de mãos dadas com meu namorado por aí, fazendo carinhos nele quando me dá vontade, muitos não podem fazer o mesmo com seus parceiros com medo de agressões. Triste saber que mesmo se casando, eles não tem os mesmo direitos que qualquer pessoa teria.

Muitas coisas mudaram, é fato. Verdade que há anos atrás, não poderia existir uma manifestação como as Paradas Gays com milhares de pessoas participando, heteros e homos. É fato também que estamos prestes a assinar uma lei que criminaliza a homofobia e que em muitos países, já acontece o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Só falta uma boa parte das pessoas, principalmente por aqui nesse país, mudarem seu ponto de vista (até por que a sexualidade alheia não é nenhum partido pra ser aceito ou não; é preciso apenas respeitá-lo) e se tornarem ativistas também.

Pink Floyd - The Wall


Não há coisa melhor do que fazer o que se quer há tempos.

No meu caso, muitos desses desejos são ligados à música e filmes. Sei que tem mais coisas interessantes nesse mundinho, mas no geral, são as duas coisas que mais me interessam...

Segunda-feira, finalmente, assisti The Wall, filme de Alan Parker, com roteiro de Rogers Waters, do Pink Floyd. E pirei. Literalmente falando...
É o tipo de filme pra se ver várias vezes.

Nunca ouvi falar de muitas críticas negativas sobre ele, mas no geral, o que se ouve ( e é bem verdade) é que não passa de um videoclipe gigante já que as cenas são feitas de imagens com um fundo musical e poucas falas. Mas não acho que isso tenha atrapalhado.

Vamos à história: o protagonista se chama Pink Floyd. Ele é filho de um soldado morto na Segunda Guerra Mundial e isso fez com que ele tivesse uma certa fixação pela figura paterna. Apesar do acontecido, sua mãe sempre esteve presente, o super-protegendo e ele acostumado com isso, pede suas opiniões para tudo. Acaba se tornando dependente da mãe. Na infância, era alvo de seu professor por fazer poesias. Crescido, se torna um astro do rock e se casa, mas sua depressão começa a afastá-lo de tudo, negligenciando sua esposa que acaba se relacionando com outro homem, aumentando ainda mais a a depressão de Pink. Sozinho, "protegido" pelo muro que construiu para se isolar do resto do mundo, ele tem muitas alucinações até tentar o suicídio, impedido por um médico. Depois de salvo, ele aproveita seu "show" para passar idéias de pureza pra sociedade, bem parecido com o discurso do Nazismo. Os colapsos continuam e após um deles, ele desiste, pedindo que tudo volte a ser como antes. Acaba sendo julgado pelas pessoas mais próximas como sua mãe ou seu professor. É condenado: sua senteça é sair do muro que o isola.


As alucinações de Pink são cenas em desenho animado. Muito interessantes e bem feitas, assinadas por um desenhista britânico que não me lembro o nome.
O que acho mais incrível disso tudo é a ordem da produção. The Wall, o álbum duplo do Pink Floyd foi feito antes, sem idéia alguma de que um filme poderia sair disso. Só depois de pronto, Roger Waters viu que com o disco ele poderia fazer um roteiro. Acertou em cheio. É imperdível.

Iniciante

Ter ou não um blog já fez partes de alguns dos meus questionamentos existenciais ligados à internet... Decidi não ter.
Agora, com esse "pedido" da disciplina, aqui estou eu, postando no meu blog...

Pra ser sincera, de início, não me interessou muito... Mas dando uma olhada nos blogs colegas, me interessei pela idéia, afinal, lido o meu blog será...

De qualquer forma, arranjar assuntos ligados pode ser um problema, ou não. Dependendo do meu ânimo.
Além disso, nada melhor do que usar a internet para estimular nossa escrita, afinal, quem não a usa atualmente...?

Enfim... Vamos ver no que vai dar.